Câncer peniano, é fácil se prevenir

O câncer de pênis é pouco comum na população masculina aqui no sul do Brasil, porém é frequente em homens do norte e nordeste. A baixa frequência, no entanto, não exclui a atenção que lhe deve ser dada. A incidência dessa patologia, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), representou 2% de todos os cânceres registrados no Brasil, em 2010. O tratamento é bastante eficaz, mas as chances de aparecimento são aumentadas em pessoas que não tem acesso à chuveiros para o banho diário e por isso não cuidam da higiene de maneira correta.

O principal sinal da doença é uma ferida que não cicatriza após 2 a 3 meses! Sintomas podem ser identificados com a observação de alguma dessas outras alterações: nódulos na glande (cabeça do pênis), no prepúcio (pele que recobre a glande) ou no corpo do pênis; mudança de cor ou textura da pele, alteração da cor da pele da região, presença de placas vermelho-vivo ou verrugas. O esmegma, secreção branca resultante da descamação celular e tem cheiro forte, é um fator predisponente.

O diagnóstico é feito pelo exame da ferida  e confirmado por biópsia. Quanto mais cedo houver a confirmação da doença, mais rápido e fácil é o tratamento. A prevenção do câncer está bastante associada aos hábitos de higiene pessoal, deve-se lavar o pênis com água e sabão diariamente e depois de relações sexuais, assim como utilizar preservativos.

Há uma considerável redução da incidência em pessoas circuncidadas, chegando a 0% em países em que a religião predominante estimula a prática da circuncisão em crianças. Homens que já possuem algum vírus da família HPV estão mais sujeitos a desenvolverem esse câncer. Em áreas rurais, pode ser comum homens terem relações sexuais com animais (zoofilia) e essa prática possivelmente aumente as chances do surgimento do câncer peniano.

O tratamento irá depender da gravidade da situação, em diagnósticos precoces uma cirurgia de remoção de tecido canceroso ou ressecção a laser pode ser feita. Já em casos graves, pode ser necessária a amputação parcial ou total do pênis (penectomia). Devido à função sexual e reprodutiva, qualquer procedimento para tratar esse câncer é feito com a premissa de preservar a maior quantidade possível de tecido, com retirada de toda a lesão, deixando uma margem livre de pelo menos 5 a 20 mm. De uma maneira geral, desde que o caso não seja grave, a função sexual fica preservada após o tratamento.

O cuidado com a higiene pessoal, a atenção com a região peniana e a visita frequente a um urologista são os fatores necessários para uma vida saudável e livre desse mal.

Lembre-se, o médico urologista é um profissional que deve usar seu conhecimento para tratar e orientar os pacientes, e não ridicularizá-los. Por isso, não tema em consultá-lo ao perceber sinais estranhos.