Entenda a diferença entre varíola humana e varíola dos macacos. Conheça os sintomas, tratamentos, formas de contágio e prevenção
Casos recentes da varíola do macaco despertaram um alerta nas autoridades de saúde de todo o mundo. Até o momento, há registro de mais de 200 casos confirmados ou suspeitos em cerca de 20 países, nos quais o vírus não circulava anteriormente.
De fato, existe uma semelhança de 90% entre a varíola humana e a varíola dos macacos, pelo fato dos vírus causadores das doenças pertencerem à mesma família (Orthopoxvirus), embora a segunda seja mais branda e com baixa mortalidade.
No entanto, é importante esclarecer que a varíola humana foi erradicada há 40 anos após uma campanha de vacinação global, evitando outras milhões de mortes pela doença.
Outro ponto que precisa ser esclarecido é que a “zoonose silvestre”, como é caracterizada, não surgiu dos macacos e sim de roedores selvagens. Ela leva este nome, pois foi identificada pela primeira vez em macacos de laboratórios de origem africana que foram levados para a Dinamarca, em 1958.
O primeiro caso em seres humanos foi registrado em 1970, no continente africano, na República Democrática do Congo. Mas neste atual surto que atingiu a Europa e alguns países de fora dela, como os Estados Unidos, Canadá e Argentina, não possuem, até o momento, qualquer relação com os países da África. No Brasil, três casos suspeitos estão sendo monitorados.
Diferença entre varíola humana e varíola dos macacos
Varíola humana
Erradicada nos anos 80, a doença só podia ser transmitida entre humanos. Ela era classificada em dois tipos: varíola maior e varíola menor.
A maior apresentava quadros mais graves, com uma taxa de mortalidade de 30%. Já a varíola menor era mais leve e raramente causava óbito de pacientes. O período de incubação do vírus podia durar entre 7 e 19 dias.
Varíola dos macacos
Transmitida pelo monkeypox, é considerada uma zoonose viral (transmitida aos seres humanos por animais). Os sintomas são semelhantes aos da varíola humana, embora seja clinicamente menos grave.
Ela também possui duas linhagens: a da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).
As infecções da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação às registradas na Bacia do Congo, com uma taxa de mortalidade de 3,6%, segundo a OMS.
O período de incubação do monkeypox pode variar de cinco a 21 dias. Por isso, recomenda-se um isolamento de 21 dias para pessoas diagnosticadas.
Sintomas
- Febre
- Manchas
- Dores no corpo
- Dor de cabeça
- Pápulas [lesões na pele] que surgem primeiro no rosto e depois, se espalha pelo corpo, inclusive genitais
- Casos mais leves podem passar despercebidos*
Contágio09
A infecção ocorre a partir do contato direto com pessoas infectadas. O consumo de alimentos mal cozidos, especialmente de carnes de animais contaminados também pode oferecer este risco.
“Basta um contato próximo com quem tem lesões na pele contendo o vírus ou secreções da pessoa infectada para se infectar. O vírus é bastante resistente, principalmente à dessecação [secura extrema]”, explica a diretora do laboratório de virologia do Butantan, Viviane Botosso.
Embora alguns casos na Europa estejam relacionados ao contato sexual, a doença não se caracteriza como sexualmente transmissível, já que qualquer forma de contato é suficiente para disseminá-la.
Tratamentos
Apesar de ser considerada uma doença autolimitada, ou seja, que pode ser curada com o tempo, mesmo sem tratamento, a varíola também pode se desenvolver em sua forma mais grave ou até levar à morte, especialmente entre crianças, mulheres grávidas e imunodeprimidos.
Prevenção
Alguns hábitos já adotados durante a pandemia podem ajudar a conter o avanço da varíola dos macacos como: higienizar bem as mãos, uso de máscara e distanciamento social.
Em caso de viagem aos países com endemias pela doença, deve-se evitar contato com animais doentes (vivos ou mortos) com suspeita de infecção pelo vírus, isto inclui o consumo da carne e manuseio de animais selvagens.
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